エピソード

  • #84 BEL BARBONI - VIOLÊNCIAS OBSTÉTRICAS: O TRAUMA PÓS-PARTO, A CORAGEM DO RELATO E O ENGAJAMENTO FEMINISTA
    2025/06/17

    Dar à luz a um bebê saudável não é suficiente. O que acontece na cena do parto também importa.


    Afinal, o que está em jogo quando uma mulher dá à luz na nossa cultura?

    Bel pariu longe de casa, em um país estrangeiro. Seu parto foi marcado por medo, desamparo e silêncio.


    A médica não esperou a anestesia fazer efeito completo antes de iniciar a cesárea.

    Bel sentiu tudo. Avisou a equipe médica, mas foi ignorada. E as violências continuaram.

    O que fazer depois disso? Como falar sobre o que aconteceu? Para quem contar um trauma como esse?


    Bel teve coragem de enfrentar a médica e denunciar um sistema que maltrata mulheres justamente no momento em que estão prestes a se tornar mães.


    Com ela, falamos sobre o desejo de ser mãe que só chegou aos seis meses de gestação. Sobre o respeito devido às mulheres que parem. E, como aponta Vera Iaconelli, sobre a importância da cena do parto.

    Essa cena importa porque ali nasce mais de uma pessoa. Mas também porque a forma como uma mulher é tratada atravessa o vínculo com seu bebê, com seu corpo e com sua história.


    O parto não é apenas biológico. É também psíquico, social e simbólico.


    Obrigada, Bel, por compartilhar a sua história. A sua revolta é nossa.


    ⚠️ Aviso de conteúdo sensível: este episódio aborda violência obstétrica e estresse pós-traumático.

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  • #83 KIKA RAMOS - MÃE FÊNIX: A MORTE DO MARIDO, A EXTENSA REDE DE APOIO E A ALEGRIA DE VIVER
    2025/06/10

    Kika é mãe de duas meninas e exerce a maternidade sozinha. Como ela mesma diz, é uma mãe sozinha, mas não solo.

    Criada em uma família grande e unida, ela conta com uma ampla rede de apoio formada por mãe, tios, irmãos, amigas e vizinhas.


    Essa rede esteve presente nos momentos mais difíceis: quando o grande amor da sua vida morreu, vítima de uma bala perdida, e quando ela se separou grávida da sua segunda filha, ficando com duas crianças e para criar.


    Nessa maternidade compartilhada, Kika é a mãe-fênix — aquela que renasce, se reinventa e segue em frente.


    Com uma energia ímpar, Kika fala aqui sobre a importância da figura paterna, o forró que embala, a rede que acolhe e a família que nunca falha.


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  • #82 CAROL RAGAZZI - DO ASSÉDIO MATERNAL À AÇÃO: A DENÚNCIA, O NOVO OLHAR SOBRE A MATERNIDADE E O ATIVISMO
    2025/06/03

    Por muito tempo, Carol acreditou que o que se dizia sobre o machismo no mundo corporativo não aconteceria com ela. Mas a realidade mostrou outra coisa: ao voltar de suas três licenças-maternidade em um grande banco americano, enfrentou discriminação e assédio.


    Afinal a maternidade — longe de ser apenas uma experiência pessoal — revela, de forma crua, as inequidades de gênero, raça e classe que estruturam a nossa sociedade.


    Hoje, Carol conta sua história como forma de cura e de ativar uma mudança maior. Com ela, conversamos sobre o assédio contra mães no trabalho, os impactos na saúde mental e a urgência de repensar a licença-paternidade.


    Mas, sobretudo, falamos do “dever de não se omitir” que move Carol — esse compromisso com o próprio desejo, com aquilo que dá sentido e autenticidade à existência. Agindo assim, Carol mudou seu olhar sobre a maternidade: de algo automático e ditado pela tradição, passou a ser algo consciente e transformador.


    Isso me lembra a ética da psicanálise do Lacan, segunda a qual é fundamental “não ceder sobre o seu desejo”, ou seja não se trair e buscar o seu proprio jeito de estar no mundo, sempre.


    Obrigada, Carol, por nos lembrar que a maternidade também pode ser uma experiência analítica.


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  • #81 JUJU AFFONSO FERREIRA - TRÈS PARTOS, QUATRO FILHOS E UMA REINVENCÃO: MATERNIDADE, CRISE DE IDENTIDADE E TRABALHO
    2025/05/27

    No Brasil, as famílias numerosas estão em declínio. Segundo dados do IBGE, a média nacional é de 1,6 filho por mulher. Longe dessa estatística, Juju, fundadora da marca Isolda, tem quatro filhos — todos com menos de seis anos. E, como toda mãe de família grande, desperta curiosidade e admiração.


    O que significa, de fato, ser mãe de quatro crianças pequenas? Qual o impacto disso no cuidado materno e na construção da identidade? O que acontece com o eu feminino quando ele é atravessado por múltiplas maternidades? Existe espaço para o trabalho e para a realização pessoal?


    Juju compartilha aqui suas três gravidezes, cada uma com sua história. Fala sobre os pensamentos intrusivos, a hipervigilância, a experiência da UTI neonatal, e o delicado equilíbrio entre o desejo de estar presente para os filhos e a necessidade de manter viva a sua empresa.


    Com ela, falamos também da crise de identidade que pode surgir depois da maternidade: quem sou eu agora? O que gosto de vestir, comer, fazer? Que estilo nasce junto com a mãe?


    Obrigada, Juju, por nos lembrar que não há manual para ser mãe — e que cada filho é um convite único para reaprender tudo de novo.

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  • #80 DÓRIAN PEREZ - SER MÃE POR OVODOACÃO: AS FIV, O LUTO E O LIVRO
    2025/05/20

    Você já ouviu falar em ovodoação?
    A ovodoação é um tratamento de reprodução assistida no qual uma mulher recebe óvulos doados por outra, geralmente em casos de falência ovariana, idade avançada ou outras condições que impedem a gravidez com óvulos próprios.

    Dorian tinha 36 anos quando ouviu do médico que sua reserva ovariana era compatível com a de uma mulher de mais de quarenta. A partir daí, a ovodoação se tornou uma possibilidade — que ela encarou sem medo e com muita gratidão.
    Começou, então, um longo caminho de custos financeiros e emocionais. Várias FIVs e transferências, duas doadoras até que Dorian finalmente engravidou e deu à luz Vitória. Depois disso, publicou um livro — Meu Jardim Arco-Íris — em que conta a história da sua vitória.

    Com sinceridade, Dorian mostra que, para algumas mulheres, o caminho até ter um filho no colo leva mais tempo e passa por mais etapas. Hoje, ela vive o luto de uma gravidez interrompida recentemente, com 21 semanas.

    Com ela, falamos sobre o custo da reprodução humana assistida, a falência ovariana precoce, o tabu da ovodoação e a força da epigenética.


    Obrigada, Dorian, por mostrar que cada história de maternidade tem o seu próprio ritmo.


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  • # 79 FLORA E ROBERTA BELOTTI - ENTRE MÃES: ESPECIAL DIA DAS MÃES SOBRE A VOLTA AO TRABALHO
    2025/05/13

    No mês das mães, a Onda apresenta uma série especial em dois episódios sobre um tema profundo e íntimo: a volta ao trabalho depois da maternidade.

    Pela primeira vez, deixo o meu lugar de entrevistadora e entrego o microfone para duas mães viverem uma conversa entre elas.

    Nesta série, queremos escutar uma mãe e a sua filha.

    Escutar o que fica de fora das narrativas prontas.

    Escutar o que acontece no tempo da volta — aquele tempo invisível, mas que muda tudo por dentro.

    Queremos também refletir: o que se perde, o que se ganha, o que se transforma nesse caminho? E como o mundo do trabalho lida — ou deveria lidar — com essa travessia?

    E sobretudo: o que eu ainda não disse para a minha mãe? O que eu ainda não ouvi da minha filha?


    Dois episódios, duas perspectivas.


    Hoje recebo Roberta e Flora, mãe e filha, sócias da marca Le Soleil d’Été.
    Com a chegada dos filhos, surgem perguntas pragmáticas: Posso continuar vivendo como antes? Como vou ganhar dinheiro?
    Flora, com formação artística, decidiu abrir mão de um trabalho puramente autoral para encontrar caminhos que garantissem, junto com a sua felicidade, mais sustento.


    Roberta, que foi mãe muito jovem — aos 24 anos já tinha três filhos —, reinventou sua trajetória mais de uma vez, equilibrando a vida familiar com o trabalho.

    Esse episódio é sobre os caminhos que a maternidade vem desenhando — sobre criação, renúncia e os modelos que passamos, ou escolhemos abandonar.


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    25 分
  • # 78 ALE LEVY E DEBBY - ENTRE MÃES : ESPECIAL DIA DAS MÃES SOBRE A VOLTA AO TRABALHO
    2025/05/06

    No mês das mães, a Onda apresenta uma série especial em dois episódios sobre um tema profundo e íntimo: a volta ao trabalho depois da maternidade.

    Pela primeira vez, deixo o meu lugar de entrevistadora e entrego o microfone para duas mães viverem uma conversa entre elas.

    Nesta série, queremos escutar uma mãe e a sua filha.

    Escutar o que fica de fora das narrativas prontas.

    Escutar o que acontece no tempo da volta — aquele tempo invisível, mas que muda tudo por dentro.

    Queremos também refletir: o que se perde, o que se ganha, o que se transforma nesse caminho? E como o mundo do trabalho lida — ou deveria lidar — com essa travessia?

    E sobretudo: o que eu ainda não disse para a minha mãe? O que eu ainda não ouvi da minha filha?


    Dois episódios, duas perspectivas.


    Hoje, convidei Déborah e Alessandra, ou melhor Debby e Ale.

    Debby foi uma mãe que se dedicou inteiramente aos filhos. Para ela, a vocação estava no cuidado e na presença. Assim como sua mãe, Ale pensou que a maternidade seria sua missão única. Mas, com o tempo, descobriu que não precisava anular a sua carreira profissional e que ela poderia se reinventar.

    Pela primeira vez, mãe e filha se reuniram para falar sobre como foi ter filhos e como se libertaram dos modelos que acreditavam ter que seguir.

    Um episódio sobre encontrar sua própria vocação, se distanciar das expectativas e, acima de tudo, se reconectar com o prazer de ser quem se é.


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    39 分
  • # 77 CAROLINE MOURA - DOR E CULPA NA MATERNIDADE: COMO LIDAR COM A FALTA DE CONTROLE?
    2025/04/29

    A culpa de não conseguir engravidar como outras mulheres da família.
    A culpa, durante a gravidez, por não se sentir desabrochar.
    A culpa de não ter vivido o parto sonhado.
    A culpa de não conseguir amamentar.
    De não se sentir alegre no puerpério.


    Caroline conhece bem esse sentimento.
    Ela relata aqui o processo de maternidade que foi marcado pela quebra de expectativas, pelas falhas — como ela mesma diz — e pela culpa.


    Mas de onde vem essa ideia tão enraizada de que falhar é não viver o que se sonhou?

    E se a gente olhasse para essas falhas com outros olhos?


    Quando engravidamos, o corpo já não é só nosso. Ali cresce um bebê — com sua própria individualidade, física e psíquica.
    E isso importa. Na gestação, no parto e também no pós-parto.

    Por que, então, não considerar que os caminhos que a maternidade tomou não foram um simples acaso? Que talvez tenham sido em coerência e harmonia com aquele bebê, naquele momento?

    Isso não seria falhar.

    Seria escutar.

    Respeitar quem ele já era, mesmo antes de chegar ao mundo.


    Obrigada Caroline por contar como, mesmo com as dores, foi ao brincar com a sua filha que você conseguiu ter uma criança… e ela, uma mãe. Afinal, brincar não seria uma forma profunda de escuta?

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