エピソード

  • 'RENATO NÃO FOI CORTADO DA COPA PELA FARRA. MAS POR SER DRIBLAR'
    2025/08/19

    Ele é o melhor preparador físico da história do futebol brasileiro.

    Disputou seis Copas do Mundo. Quatro com a Seleção e uma pela Arábia Saudita e outra pelos Emirados Árabes.

    54 títulos na carreira.

    Se o Brasil ganhou a de 1994 foi porque ele recuperou Romário e Branco.

    Ganhou dois títulos mundiais com o São Paulo, além de duas Libertadores, Brasileiro.

    Dois técnicos, que mudaram o futebol deste país, e de formações completamente diferentes, disputavam o privilégio de trabalhar com ele: Telê Santana e Carlos Alberto Parreira.

    Moracy Sant'anna.

    40 anos de profissão. Muito mais profundo do que os números, Moracy revolucionou a preparação física no Brasil, individualizando o trabalho. Trazendo métodos científicos de outros esportes. Para desenvolver o futebol arrojado pensado pelo genial, e genioso, Telê Santana, na Copa de 1982 e nas conquistas das Libertadores e dos Mundiais do São Paulo, eram necessários atletas fortes, velozes, com explosão muscular, fôlego e com capacidade mental para as disputas.

    Com o pragmático, e estudioso, Carlos Alberto Parreira, vencer a Copa do Mundo dos Estados Unidos, acabando com o jejum de 24 anos, jogando no escaldante verão, ao meio-dia, só um trabalho meticuloso. E usando o que a Ciência tinha de mais moderno. Além do poder de convencimento para treinos fortíssimos, com temperaturas que beiravam os 40 graus.

    'Moracy é um dos segredos do sucesso do futebol brasileiro. Se o Brasil ganhou a Copa de 94, ele tem muito mérito. Seu trabalho foi espetacular", resumiu Parreira. "O Moracy fez do São Paulo uma máquina de jogar futebol. Foi fundamental para os títulos mundiais e as Libertadores do São Paulo", resumiu Telê Santana.

    Nos seus 40 anos de carreira como preparador, além de trabalho revolucionário, sério, muitas vezes ele foi psicólogo. E enfrentou a lógica, quando colocou Branco para jogar o Mundial de 1994, quando a maior parte da Comissão Técnica o queria cortado. E foi recuperado para decidir o jogo mais importante da Copa, contra a Holanda.

    Foi assim também com Romário, que chegou para a Copa dos Estados Unidos desgastado, com péssima condição física. E Moracy o recondicionou. A tal ponto que foi o melhor jogador do Mundial. E do Mundo.

    Mas também viveu momentos de tensão. 'O Ronaldo Fenômeno chegou com oito quilos acima para a Copa de 2006. O Adriano? Nove. O Emerson, seis. Ronaldinho Gaúcho, dois e meio. Estavam gordos, pesados. Como um atleta chega para uma Copa desse jeito? Caiu tudo nas minhas costas, como se eu tivesse sido responsável. Uma loucura."

    Moracy, nesta rara e preciosa entrevista, revela o verdadeiro motivo do corte de Renato Gaúcho da Copa de 1986. "Não foi porque ele e o Leandro fugiram da concentração. Aliás, quase os seguranças atiram neles, quando estavam pulando o muro para voltar. O Renato foi cortado porque o Telê havia avisado para ele, quando chegasse na linha de fundo, cruzasse. Falou várias vezes. Quando chegou um amistoso pouco antes da chamada final, Renato insistiu em driblar e driblar. Telê o tirou no intervalo e avisou. 'Teimoso aqui só eu.' E não o convocou.'

    Aos 74 anos, Moracy deixou um legado estupendo.

    E que merece ser valorizado.

    Ele é o melhor preparador físico da história deste país.

    Algumas de sua lições são divididas nesta fundamental entrevista.

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    2 時間 29 分
  • 'SUÁREZ, ZICO, ROMÁRIO. MAIS DE 112 MILHÕES DE ACESSOS. INTERNET É O MEU CAMINHO'
    2025/08/12

    'Um Assado Para' se tornou um dos maiores podcasts do Brasil.

    Mais de 112 milhões de acessos.

    De maneira muito inteligente, Duda Garbi resolveu o problema que considerava grave nos podcasts.

    'Faltava ação. Só a conversa, não. Pensei até em pingue-pongue. Mas não iria ficar parado de frente ao meu entrevistado e conversar."

    Foi então que decidiu apelar para a paixão dos gaúchos. Ele faz um churrasco, 'assado' para os argentinos. Munido de cerveja ou vinho, Duda faz a carne, serve, brinda enquanto entrevista. Inteligente, cria um clima descontraído, de conversas descontraídas em uma mesa de bar.

    A fórmula deu muito certo. Personagens importantes do futebol já experimentaram a sua 'carne crua', como gosta de brincar, sobre o ponto do churrasco. Suárez, Zico, Romário, Felipão, Dunga, Renato Gaúcho foram só alguns.

    "Eu percebi que o jornalismo tradicional ficou para trás, com a chegada da Internet. As pessoas não querem mais a fórmula tradicional. Ofereci o projeto, que seria o meu canal, para a RBS (Rede Brasil Sul, braço da Rede Globo no Rio Grande do Sul) onde eu trabalhava, na rádio. Não quiseram. Hoje eu faço coisas que a RBS não consegue. Não sou mais um jornalista. Sou uma empresa."

    Eduardo Mancuso Garbi se formou na PUC, em Porto Alegre. Jornalista inquieto, gremista mais que assumido, queria trabalhar como jornalista esportivo. Comunicador nato foi abrindo espaço na mídia gaúcha, desde 2005.

    Principalmente na rádio. Seu poder de improviso e descontração quase o levaram para o programa CQC. Mas o destino o seguraria na RBS. Percebeu, depois da Copa do Mundo de 2018, que estava infeliz. Queria fazer algo além de programas descontraídos. Queria algo seu.

    Decidiu criar o seu canal na Internet, que é um enorme sucesso.

    O primeiro projeto foi 'Duda Vai a Campo'. Ele ficou treinando no time profissional do São José, equipe pequena gaúcha. 'Como estávamos na pandemia, não havia rebaixamento. E pude perceber o quanto é sofrida, difícil, sacrificante a carreira de um jogador. E o quanto somos injustos com os jogadores. Não entrei um minuto sequer em um jogo. O máximo que fazer coletivo, como reserva. Foi uma das maiores experiências da minha vida.'

    Duda é um comunicador nato. Consegue transformar em cúmplice quem o ouve falar ou assiste suas entrevistas.

    E não perde o foco do crescimento, sem volta, da sua carreira na Internet.

    "Não sou mais um jornalista. Virei uma empresa."

    Rompeu há tempos a fronteira do Rio Grande do Sul. O Brasil conhece e acompanha suas histórias, entrevistas.

    Virou mais um motivo de orgulho para os gaúchos.

    Se desafiando constantemente, sua nova missão é passar uma temporada na Europa. Buscando exclusivas com jogadores brasileiros, ou não, com suas armas. Carne boa, vinho, cerveja e um sedutor poder de comunicação.

    "Achei meu lugar", resume.

    Achou mesmo, Duda...

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    1 時間 59 分
  • 'ABRI MÃO DE CASAMENTO, FILHOS. PELO MEU SONHO. SER AUXILIAR FIFA'
    2025/08/05

    A melhor comentarista de arbitragem do Brasil tem nome e sobrenome.

    Nadine Basttos.

    Uma guerreira.

    Filha da classe média alta de Itajaí, cidade de Santa Catarina, tinha traçado o caminho de sua vida.

    Ser dentista como pai.

    Só que, caçula, com dois irmãos homens, se apaixonou pelo futebol. Queria ser jogadora. Não conseguiu. Mas uma amiga, Maira, a convidou para fazer o curso de arbitragem e aí, sim, descobriu a verdadeira vocação. Seguiu com a Odontologia, mas o prazer estava em apitar.

    Árbitra severa começava a se empolgar, quando chegou o preconceito.

    "Eu ouvi: melhor você ser bandeira do que árbitra. Terá mais espaço na carreira." E foi o que ela, a contragosto foi fazer. Mas outra surpresa. Se tornou a melhor auxiliar de Santa Catarina, por cinco anos seguido. Seu talento instintivo e muito trabalho a tornaram a melhor do Brasil.

    Loira, muito, trança com gel. Corpo atlético. Logo surgiram convites para posar para revista masculina. Negou. "Respeito quem fez. Mas pude seguir a minha vida sem esta exposição."

    De personalidade forte, enfrentou críticas de torcedores e jornalistas, pelo simples fato de ser mulher. Só que era impossível não se render à sua competência.

    Mas ninguém sabia os dramas pessoais. O pai jamais aceitou o fato dela trabalhar no futebol e não se focar na Odontologia. Nunca foi assistir a uma partida no estádio na qual ela trabalhasse. Ele não queria tocar no assunto.

    Ao mesmo tempo via seus relacionamentos amorosos falirem.

    "Meus namorados não aceitavam as minhas viagens para trabalhar com outros homens, os árbitros."

    Não havia nem como pensar em filhos. "Não há uma árbitra que teve filho e voltou em alto nível. Mulheres árbitras da elite do futebol abrem mão de coisas fundamentais na vida pessoal. E que as pessoas nem imaginam."

    Depois de uma carreira importante, abrindo caminho para outras mulheres. Nadine foi convidada para ser a primeira comentarista de arbitragem. "Foi na Fox Sports. Estava no caminho para acabar a minha carreira. Tinha 34 anos, meu joelho já estava me incomodando. Pensei e decidi ir para a televisão." Com muita coragem, facilidade de comunicação, sinceridade, ganhou respeito dos telespectadores, dos jornalistas e dos próprios árbitros. "Perdi algumas amizades por ser sincera. Mas faço o meu trabalho. E da maneira mais honesta, como sou como pessoa."

    Nadine saiu da Fox, convidada pela Globo. Resolveu deixar a emissora carioca para ser a principal comentarista de arbitragem no SBT.

    Onde trabalha com muita competência. "Me falaram que eu era louca em sair da Globo. Mas foi uma escolha que me fez muito feliz. Aprendi muito na Fox e na Globo. Mas estou realizada no SBT."

    Nadine segue com metas na vida. 'Fui a primeira comentarista de arbitragem na final de uma Champions League. Meu sonho agora é comentar em uma Copa do Mundo. Este momento vai chegar..."

    A entrevista com Nadine Basttos é uma das mais importantes do canal...

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    1 時間 47 分
  • 'COMIGO, O SANTOS NÃO CAIRIA PARA A SEGUNDA DIVISÃO'
    2025/07/29

    Estudo, preparo psicológico, vivência não só como jogador, mas capitão, líder por onde passou, nos times brasileiros e portugueses.

    Como se tudo isso não bastasse, seis anos como auxiliar do rígido Luiz Felipe Scolari.

    Aos 51 anos, Paulo Turra transpira conhecimento tático. A ponto de escrever um livro, didático, abordando o que se despreza no 'país do futebol': a importância da estratégia.

    E com o simbólico nome 'O futebol que não se vê'. Ou seja, ensinando a movimentação dos times, a ocupação do espaço, os pontos básicos que fazem uma equipe ter intensidade, para derrotar a outra. Nada é por acaso no futebol moderno.

    "Eu represento a nova geração de treinadores, que entende a movimentação, a necessidade de sincronia de um time. Aliada às forças física e psicológica. Tenho a vantagem de ir além da teoria, porque fui jogador. E aprendi muito também com um treinador mais do que especial, o Luiz Felipe, pentacampeão do mundo."

    Turra é muito corajoso. Sabe que no futebol, conhecimento é desprezado. Nem só por torcedores. Até por dirigentes, que não percebem a força do trabalho com base tática.

    O ex-jogador e campeão pelo Caxias, no histórico time de Tite, de 2000; Botafogo e Palmeiras. Descobriu o futebol europeu defendendo o Boavista e o Vitória de Guimarães. Aprendeu, na prática, a importância da liderança, a diferença de uma equipe montada estrategicamente para vencer.

    Comandou, se aprimorou em nove equipes menores. Aplicou o que aprendeu conquistando.

    Ao voltar para o Cianorte, o levou para a Primeira Divisão Paranaense. Usava métodos tão modernos que Felipão o levou para trabalhar como auxiliar na China, no Ghangzhou Evergrande .

    Depois de seis anos, a parceria acabou porque Luiz Felipe quis voltar a ser técnico no Atlético Mineiro. Deixou o comando do Athetico Paranaense como herança. Turra foi campeão do Paraná invicto, em 2023.

    Decidiu assumir o Santos, mais que encaminhado para a Segunda Divisão.

    'Nenhum ser humano diria 'não' ao Santos. Comigo o Santos não seria rebaixado. Mas não deixaram trabalhar. A direção estava assustada com tanta pressão. Quando assumi, estava uma bagunça. Mas repito: comigo o Santos não cairia.'

    A queda do Santos não manchou seu trabalho. Tanto que o Vitória de Guimarães o contratou como técnico. Mas, a licença que tirou como treinador na CBF não vale para Portugal. E o sindicato de técnicos portugueses pressionou para que deixasse o clube. "É por isso que não existem treinadores brasileiros na Europa. A nossa licença não vale. O curso que possibilitaria o trabalho é reservado pela Uefa, para os nascidos na Europa. Eu tenho nacionalidade italiana. E não fui aceito. Aqui, no nosso país, a CBF não exige licenças específicas para os treinadores estrangeiros. Não coloca dificuldades, ao contrário que nós sofremos no Exterior.'

    De volta ao Brasil, Paulo Turra entendeu o óbvio. Para comandar grandes clubes é necessário ter um empresário influente. Só assim jovens técnicos têm acesso, chance de mostrar seu trabalho.

    "Estou com o André Cury. Tenho certeza que, com ele, assumirei uma equipe importante, competitiva. Estou mais do que preparado. O que eu quis mostrar com essa entrevista foi como os caminhos são complicados para os técnicos da nova geração. Mas nós estamos chegando com base, estudo, exigência física, estratégia, estudo inclusive psicológico. Acabou o improviso."

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    1 時間 34 分
  • 'NINGUÉM VENCE NO CORINTHIANS, SÃO PAULO, FLU E VASCO POR ACASO.'
    2025/07/22

    Decisão do segundo turno do Campeonato Carioca de 2005.

    O Fluminense enfrentaria o Flamengo.

    Leandro estava com os ligamentos do ombro direito rompidos.

    Ele jogava nas Laranjeiras e havia se contundido diante do Vasco.

    O departamento médico avisou que ele teria o braço imobilizado e que voltaria, em meses.

    Só que ele não aceitou, sabia o quanto o time precisava do seu futebol.

    Não teve dúvidas.

    Procurou Abel Braga e disse: "Vou jogar".

    O treinador não acreditou, o médico do Fluminense foi chamado para reunião. Ao chegar, entendeu o que acontecia. E foi claro: 'Não participo disso'.

    Leandro não só jogou, como foi peça fundamental na goleada histórica contra o Flamengo, por 4 a 1.

    Sentindo dores fortíssimas no ombro, que estava totalmente preto, por conta do hematoma.

    A imprensa divulgou a façanha.

    E ele ganhou um novo 'sobrenome'.

    'Guerreiro.'

    Foi um jogador diferenciado, mesmo.

    "Sempre me doei de corpo e alma no clube que defendi. Foi assim no Botafogo de Ribeirão Preto, no Corinthians, Goiás, Fluminense, São Paulo, Vasco... E colecionei títulos.

    "Jogar futebol é se entregar, representar em campo a diretoria que o contratou e as torcidas. Como não respeitar o amor do torcedor?"

    Leandro teve uma infância com dificuldades. Sua primeira camisa de clube foi comprada na feira, pela avó, na feira. Foi a do São Paulo. Abandonou a escola. Estava lavando carros, quando foi fazer a 'última peneira', no Botafogo de Ribeirão Preto. Já havia feito várias em vários clubes e não havia passado. Deu mais do que certo. Levado pelo Corinthians, com Doni e Luciano Ratinho, um novo horizonte se abriu.

    Seu destino era ser jogador.

    E a cena de Leandro, em cima de uma trave do Morumbi, comemorando os Brasileiros de 2006 e 2007, ficaram nas retinas dos torcedores por todo o sempre.

    "Foi por instinto. A emoção me dominou. Ouvir a torcida vibrando com os títulos é algo inesquecível.'

    A entrevista exclusiva com Leandro é uma história de superação.

    Exemplo de dedicação, amor ao que se propôs a fazer.

    Ele mais do que merece ser chamado de 'Guerreiro'...

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    1 時間 56 分
  • "A MULHER, NO FUTEBOL, É VISTA COMO OBJETO. ISSO AINDA NÃO ACABOU."
    2025/07/16

    "Eu não suportei", confessa Alicia Klein.

    Mudou de vida, de país. Fez curso de gestão esportiva, em Washington. Passou a ser o braço direito do inglês bicampeão olímpico, nos 1.500 metros, Sebastian Coe. Ele era o presidente da IAAF, Associação Internacional de Federações de Atletismo. O trabalho e, principalmente, as viagens eram estressantes.

    "Tive burnout, ou seja, desgaste psicológico de tanto trabalhar. Só chorava."

    Assim que o Brasil conseguiu o direito de sediar a Copa do Mundo e a Olimpíada, resolveu dar outra reviravolta na sua vida. Acabou o casamento e voltou ao país.

    Acompanhou de dentro a organização dos dois eventos.

    E viu o desperdício, como os políticos se aproveitaram da Copa e da Olimpíada e não sobrou quase nada para o país. A não ser estádios que são elefantes brancos e centros olímpicos espalhados pelo Brasil, que nunca saíram do papel.

    Com sua visão diferenciada, inteligência, textos diretos ou irônicos, mas repletos e coragem e conteúdo, cativaram uma legião de leitores, como parte de sua revolução particular. Além dos seus depoimentos, diante das câmeras.

    Voltei para escrever, falar sobre futebol, que era o meu sonho. O machismo, o preconceito ainda existem. Uma mulher com voz, em uma posição de poder, incomoda ainda muita gente. Mas quem mudou de verdade fui eu. Sou agora uma mulher forte, não uma menina, pressionada por covardes. Eles que tentem alguma coisa.'

    Alicia é exemplo de talento, de defesa dos direitos das mulheres no futebol, na vida. Sem ser panfletária.

    "Sou firme porque ainda sofremos no futebol, no jornalismo esportivo, todo tipo de abuso. E preciso lutar contra a desigualdade. Hoje nas redações, as mulheres são só 20% no futebol por quê?

    "Minha luta ainda está longe de acabar. Mas há luz no final do túnel. E vou brigar por esta luz."

    Não duvide de Alicia Klein...

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    2 時間 14 分
  • "ME IMPEDIRAM DE JOGAR DOIS ANOS, POR MEDO DE OUTRA TRAGÉDIA. O SÃO CAETANO ERROU."
    2025/07/08

    Dia 27 de outubro de 2004.

    O Brasil assistiu consternado, a morte dentro do gramado do Morumbi, do zagueiro Serginho, do São Caetano, em uma partida contra o São Paulo.

    O motivo: parada cardíaca.

    De acordo com reportagens da época, exames apontavam problemas no coração, mas ele decidiu seguir atuando.

    A direção do São Caetano foi investigada até pela polícia. A suspeita era que seus jogadores não estariam seguindo protocolos médicos rígidos.

    Desta desconfiança nasceu outro drama.

    'Esse clima de medo no clube me atingiu em cheio. E acabei perdendo o auge da minha carreira.'

    Fabrício Carvalho pagou pelo exagero, pelo pavor da direção do São Caetano, de outra tragédia, que afastaria patrocinadores, investidores, apoio escancarado da prefeitura da cidade ao clube vice-campeão da Libertadores, vice-campeão nacional, campeão paulista.

    'Fui diagnosticado com arritmia. E simplesmente fui afastado. Tinha 27 anos, estava no auge. O São Paulo já negociava a minha compra. O Palmeiras e o Corinthians também estavam para fazer proposta. Mas todos se afastaram, com medo. Fiquei marcado no Brasil todo. E hoje eu posso falar abertamente, houve uma enorme precipitação.

    "O motivo da arritmia jamais foi constatado. O medo de nova morte em campo era tanta que apenas me chamavam para fazer exame médico. Ninguém achava nada. Só que não me deixavam correr, sequer andar.

    "Engordei dez quilos em dois anos. Tenso, descontei todo meu medo e frustração comendo. E nada de me liberarem. Minha carreira foi sabotada."

    Fabrício Carvalho se tornou sinônimo de jogador cardíaco, sem possibilidade de atuar.

    Até que foi para Goiás.

    "O São Caetano queria me encostar, deixar de lado. Foi quando eu decidi rescindir. E fui para Goiás. Fiz todos os exames possíveis. E ouvi dos médicos que estava apto para jogar. E só perdi tempo, dois anos da carreira.

    "Fiquei revoltado. Mas o que poderia fazer? Voltar no tempo? Atuei por mais nove anos. Só que meu futebol nunca mais foi o mesmo. Perdi agilidade, mobilidade. A carreira de um jogador é curta. Dois anos significam muita coisa.

    "Vou contar mais. Os médicos do São Caetano ligaram para os médicos do Goiás reclamando da minha liberação. Eles não conseguiram chegar a um diagnóstico. E ainda queriam acabar de vez com minha carreira."

    Fabrício Carvalho é direto. "Se eu perdoei os médicos? Perdoei. Mas sei que paguei pelos erros, pelo medo que eles tiveram de um novo caso Serginho."

    Fabrício ainda jogou por Goiás, Portuguesa, Remo, Bragantino, Oeste, Ferroviária, Guaratinguetá, Araxá, Cabofriense e Taboão da Serra.

    "Nada aconteceu comigo, mas os médicos do São Caetano fizeram que eu entrasse em campo com medo de morrer. Sou humano. Paguei demais por erros que não foram meus."

    Agora, aos 47 anos, Fabrício Carvalho está renascendo. Se tornando um excelente narrador e influencer. 'Acompanho jogos de várzea, transmito, faço reportagens. Sempre fui tímido, mas diante de um microfone, me transformo. Estou no meu ambiente, que amo e conheço muito: o futebol. Me sinto recuperando o tempo perdido. Graças a Deus...'

    Ele aceitou sair de Andradina, cidade a 600 quilômetros da capital de São Paulo para dar essa reveladora entrevista...


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    1 時間 41 分
  • "FUI OBRIGADO A JOGAR PELO CORINTHIANS, VENDIDO PARA A ALEMANHA. ESTOUREI O JOELHO. ADEUS, NEGÓCIO"
    2025/07/01

    Pentacampeão com a Seleção Brasileira.Campeão mundial com o Corinthians.Bicampeão da Libertadores, uma vez com o Vasco e outra com o São Paulo.Maior artilheiro do Corinthians e Vasco na Libertadores.16 operações por conta do futebol.Ele foi um dos grandes goleadores da história deste país.Luizão.Nome muito respeitado no futebol.Principalmente no Guarani, Palmeiras, Vasco, Corinthians e São Paulo. Aos 49 anos, continua a mesma pessoa simples, mas de personalidade forte, direta.Conta a situação sem floreios, sem buscar amenizar o que viveu.Com um talento fora de série, misturando a raiva que disputava a bola com os zagueiros, com inteligência e frieza natas para definir diante do goleiro, teve uma carreira marcante."Se tivesse que chorar ou a mãe do zagueiro do time adversário ou a minha, que chorasse a dele", resume, brincando.Mas sua ironia tinha a ver com a raça que mostrava em campo."Nunca fui de me intimidar. Nunca abaixei a cabeça para ninguém. Nem pipoquei. Me propus a se o jogador que iria marcar os gols e fui o que fiz em toda minha carreira."Sua técnica também permitia gols driblando a zaga, tabelando.Seu principal parceiro foi Amoroso. Formaram uma dupla histórica.No Palmeiras, desfrutou da seleção montada pela Parmalat."Concordo com o que o Müller te disse, Cosme. Iríamos ganhar tudo se o time continuasse junto. Mas os dirigentes não enxergaram. Eram ruins. O Brunoro não me vendeu para o Real Madrid, estava tudo certo. Depois me vendeu ao La Coruña, com todos perdendo dinheiro."Já de volta ao Corinthians teve pela frente um elenco excepcional, que acabou campeão do mundo, em 2000."Jogar com o Fred, Marcelinho, Vampeta, Edilson. Equipe maravilhosa. E para quem chama o nosso Mundial de laboratório, o que é este Mundial de agora, dos Estados Unidos? Alguém diz que é laboratório?"No Corinthians, viveu a pior experiência da carreira. Estava vendido para o Borussia."Mas me obrigaram a jogar contra a Portuguesa. Quem? O Luxemburgo, o (diretor de futebol Roque) Citadini. Fiz um golaço. A torcida me xingando, por estar vendido. E rompo os ligamentos cruzados do joelho direito e ainda lesiono os meniscos. Adeus ida para o Borussia. O seguro que eu tinha era de invalidez, o que não era o caso. Não ganhei um tostão.' O Borussia iria pagar 12 milhões de dólares, em junho de 2001. Seriam, cerca de 70 milhões de dólares, atualmente. Ou seja, cerca de R$ 383 milhões.Luizão seguiu com problema no joelho e quase perde a Copa do Mundo de 2002. 'O Felipão acreditou em mim. Eu e o Ronaldo Fenômeno sofremos muitas dores. E passamos medo demais de não disputar a Copa. No final, campeões, choramos abraçados. Só nós sabemos o que sofremos.'Muito fechado, ele só sorriu quando lembrou do pênalti contra a Turquia, no primeiro jogo do Brasil no Mundial de 2002. "Eu fui agarrado pelo turco. O arrastei junto comigo até quando pude. Sei que caímos fora da área. Mas o Vampeta pegou a bola e já levou para a marca do pênalti. Foi a malandragem brasileira que ganhou o jogo. Com a vitória, a Seleção ganhou confiança para conquistar a Copa do Mundo.'Luizão hoje representa Jorge Mendes no Brasil, buscando atletas para levar à Europa.O português foi empresário durante décadas de Cristiano Ronaldo.'Tenho muito orgulho de tudo que vivi minha carreira. Sai de Rubinéia, uma pequena cidade, e acabei ganhando a Copa, o Mundial com o Corinthians, as Libertadores com o Vasco, com o São Paulo. Perdi, lutei, conquistei. Tenho filhos lindos, inteligentes, resolvidos. Minha vida é especial.'REDE SOCIALInstagram: @cosmerimoli #cosmerimoli #luizão #entrevista #corinthians #vasco #palmeiras #saopaulofc #2025 #cbf #podcast #recordtv #recordnews

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