A paternidade preta sempre foi atravessada por narrativas de ausência. Mas essa ausência foi escolhida ou imposta? Quem se beneficia dela? Desde a escravidão, homens negros foram afastados de suas famílias pelo trabalho exaustivo e pela violência do Estado. Ainda assim, a paternidade preta resiste. Mas o que significa, afinal, ser um pai preto presente?

No episódio #23 do [parenta], KL Jay reflete sobre o peso da responsabilidade paterna e o olhar da sociedade para pais pretos como exceções. No episódio #24, Ricardo Jaheem compartilha como sua ausência paterna moldou sua identidade e como o matriarcado negro o acolheu. Já no episódio #3, Jairo Pereira questiona o papel do pai preto para além do provedor, construindo afeto e presença sem reproduzir o patriarcado.

A paternidade preta está no centro de uma disputa: de um lado, a estrutura que afasta homens negros de suas famílias; do outro, a luta diária para reescrever histórias e criar novas referências. A ausência é um projeto, e a presença, um ato de resistência. Mas como essa presença pode ser mais do que simplesmente "estar lá"?

Neste episódio, exploei como a paternidade preta pode ser pensada para além da sobrevivência e da ausência. Como esse lugar pode ser exercido de forma ativa, coletiva e afetiva? Como criar sem que a presença seja apenas um reflexo da culpa, mas sim um compromisso genuíno com o futuro das nossas crias?

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