No último episódio do ano, iniciamos nossa conversa discutindo como as secretarias municipais de cultura têm se tornado cada vez mais elitizadas, excluindo a cultura popular e seus principais representantes do debate sobre políticas públicas culturais. Além disso, abordamos a falta de reconhecimento e investimento nos fazedores de cultura locais, que são essenciais para a identidade cultural das cidades.

Em seguida, analisamos a PEC do aborto, mais uma investida da extrema-direita que busca penalizar mulheres estupradas que optam pelo aborto. Essa proposta ignora um debate real e profundo sobre a situação, baseando-se exclusivamente em uma pauta moral e religiosa, sem considerar as implicações sociais e de saúde pública.

Aproveitando o tema, discutimos a violência contra a mulher, trazendo dados que mostram uma redução na violência contra mulheres brancas, enquanto a violência contra mulheres negras continua aumentando. Esse cenário reflete a herança escravocrata do país e a estrutura racista que perpetua desigualdades. Ressaltamos que, historicamente, enquanto as mulheres brancas se mobilizavam nas primeiras ondas do feminismo, as mulheres negras ainda eram escravizadas. Essa realidade se reflete até hoje, com a maioria dos cargos em secretarias e no sistema judiciário sendo ocupados por mulheres brancas, deixando de lado um olhar mais profundo sobre a violência que atinge majoritariamente as mulheres negras.

Também comentamos a situação caótica da limpeza urbana em Barra do Piraí, onde o governo Mário Esteves, após perder a eleição, deixa a cidade acumulada de lixo, evidenciando ainda mais sua incompetência nos últimos oito anos. Enquanto isso, figuras políticas como o vereador Pedrinho ADL, que se promoveu durante as eleições varrendo ruas e recolhendo lixo, seguem em silêncio agora que garantiram mais quatro anos de mandato.

Por fim, trouxemos uma reflexão crítica sobre as privatizações, abordando seus impactos na coleta de lixo, na saúde e na educação. Empresas privadas priorizam o lucro, e não o bem-estar da população, tornando cada vez mais necessário que os setores públicos sejam independentes e autônomos, com uma gestão eficiente de recursos. Caso contrário, o serviço público será destruído para que grandes corporações lucrem às custas das necessidades básicas da população.